Há
um pincel de tristeza, meu amor, no teu sorriso embalsamado na cinzenta neblina
do amanhecer,
Há
no teu corpo um jardim, meu amor, recheado de beleza, e é lá onde se escondem
todos os pássaros filhos da noite,
Meu
amor, há nos teus seios a Primavera acabada de nascer,
Tão
linda, tão bela, meu amor… tão gentil como estas palavras que tento escrever,
Mas
não o consigo fazer… não existem palavras, meu amor, como o luar poisado nos
teus ombros enquanto a pianista inventa para nós sons melódicos, poesia
travestida de música, meu amor, e começas a dançar na penumbra biblioteca dos
fantasmas envelhecidos,
Há
um pincel de tristeza…
Meu
amor,
Que
entranha os teus lábios na solidão
E
me aprisiona ao teu coração…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira,
17 de Setembro de 2015