Come-me noite vadia
dos silêncios
torturados,
come-me mar doentio
dos abraços
forçados,
das ribeiras
apaixonadas,
come-me...
noite vadia
das ruelas e
calçadas,
filho da cidade em
chamas,
come-me sanzala
recheada de sombras,
aranhas,
e...
come-me,
come-me como se eu
fosse um pedaço de erva seca
voando na seara do
adeus,
come-me,
come-me...
feiticeiro das nocturnas avenidas,
dos bares
embriagados de meninas...
come-me,
come-me... luar
desenhado na alvorada,
come-me noite vadia
dos silêncios
torturados,
das tristes palavras
em agonia,
come-me... rochedo
de vento dançando no teu nome.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 24 de
Dezembro de 2014