segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Tâmaras


Caminhas sobre as tâmaras apaixonadas do deserto,
inventas-me num sorriso de areia húmida,
alicerças-te ao meu corpo quando o vento invade os teus seios...
e mesmo assim, para ti, sou apenas um desanimado,
um louco passeando no invisível,
o esqueleto que todos fotografam... e ninguém observa a fotografia que há em mim,
a desfocada imagem, sem olhar, com medo da paixão imensurável,
e dos peixes comestíveis,
caminhas sobre os meus ossos pérfidos,
sem inscrições,
apenas alguns algarismos vagueando nos meus lábios,
sem inscrições...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2014

Sem comentários:

Enviar um comentário