(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Esta porta
morta
infeliz aquele que
deseja entrar
e a sombra o
acorrenta
aos velhos telhados
de cartão
esta porta
sem acesso ao
coração
em vidro
de pedra
o xisto desfeito em
lágrimas de papel...
e há sempre um
corpo esperando pelo regresso da tempestade
sem vaidade,
sem... sem amizade
esta porta encerrada
para obras de restauro
lapidações em
trinta e seis prestações...
a vida se perde
neste labirinto de palavras
e madeira apodrecida
esta porta
sem entrada para o
casebre da mendicidade
e elas em guerra por
um punhado de areia
ou... ou por um
poema em decomposição
os braços achatados
e sobre os ombros...
a fugitivo da madrugada...
de cidade em
cidade... de corpo em corpo... de nada em nada.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 21 de
Dezembro de 2014
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