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domingo, 25 de dezembro de 2022

Exército de palavras

 Éramos muitos

Éramos um exército

Hoje somos poucos

E nem um pequeno pelotão somos,

 

Hoje somos fotografias

Sobre uma secretária na casa de alguém

Ou suspensas numa parede,

 

Éramos tantos que não tínhamos medo da geada

Que não tínhamos medo de que a noite se extinguisse

Nas mãos da madrugada,

 

Éramos tantos

E muitos

Hoje somos sombras

Hoje somos saudade

E recordações

E não somos nada,

 

Éramos muitos

Éramos um exército que todas as noites

Procurávamos o luar

E do silêncio construíamos um rio

Que ainda hoje corre nas veias de alguns…

Éramos tantos

Meu Deus…

Hoje somos quase nada

À espera de que regressem as lápides

E as sepulturas

E possamos ser uma colmeia

Não de abelhas

Mas uma colmeia de palavras,

 

E de que servem as palavras

Quando éramos tantos…

E hoje somos apenas alguns

Muito poucos

Tão poucos…

 

 

 

Alijó, 25/12/2022

Francisco Luís Fontinha

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O que sinto...


O que me diz a morte
quando te entranhas em mim
e me alimentas com o teu calor...!

São as horas em cio
dos teus medos, das tuas recordações,
são as palavras em habitáculos de silêncio...
o que me diz a morte
quando te entranhas em mim
e me alimentas com o teu calor...!

O que penso,
sinto,
aquilo que não quero pensar...
nos meus sonhos em labaredas de nylon.

Prontas para amar...



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 23 de Dezembro de 2014