O cordel em
desassossego
no arresto do teu
olhar
o barco da paixão
em pequenos movimentos
espera o regresso do
vento
como os teus olhos
desesperam...
enquanto não nasce
o dia,
o cordel consegue
ludibriar o mar
e todas as canções
dos teus lábios,
há uma campainha em
desordem
uma planície nos
teus seios que grita
e chora
porque hoje não há
pássaros
nos teus cabelos
cinzentos
e o esquizofrénico
sono suspenso na madrugada,
lá fora saltitam as
sílabas helicoidais de um poema vazio
triste como as
lápides graníticas com finíssimas fotografias a preto e branco,
(o cordel em
desassossego
no arresto do teu
olhar
o barco da paixão
em pequenos movimentos)
soluços avulso...
e rebuçados para
esquecer a solidão
que gira... que gira
como um canhão.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 15 de
Dezembro de 2014