(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
há versos felizes
versos sem nome
há versos cansados
versos esfomeados
quando cai a noite
há versos
esqueléticos
que nem o corpo em
decomposição sabe ler
versos com fome
versos vestidos de
rio
cidade
e paixão
há versos
desempregados
versos enlatados
(nesta cidade em
combustão)
há versos
conservados em papel sibilado
versos rasgados
versos…
(nesta cidade em
combustão)
há versos felizes
versos sem nome
há versos cansados
que nem o tempo
consegue apagar
versos de amar
revolta
versos travestidos
de soldado
de espingarda na mão
à espera que se
abra uma porta
às vezes sem saída
às vezes… versos
em vão…
que só o vício
desembrulha quando nasce a madrugada.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 16 de
Dezembro de 2014
Sem comentários:
Enviar um comentário