O
fim
Duas
rectas paralelas…
…
Abraçadas
No
infinito cansaço
A
sinfonia das pálpebras em veludo
Na
sombra do amor
Gaivotas
tontas
Tontas…
tontas flores de papel
Sobre
o teu ventre
Envenenado
O
fim
Duas
Rectas
Longas
Infinito…
Abraçadas
Triste
A
distância
Triste
A
solidão nos dias em companhia
Os
livros
Me
alimentam
Abro
a janela
O
Douro à espreita
Nos
barcos azuis da madrugada
O
comboio pára
Os
homens e as mulheres
Nos
livros
Triste
Infinito…
E
longas
As
tardes sem ti
Adormecia
no teu colo
E
inventava aviões de musgo prensado
Olhava
as lâmpadas dos teu olhar
O
tecto dos teus seios
No
mar
O
comboio se esconde no teu púbis
E
entre apitos
Uma
nova paragem
As
mão
Escalam
o teu corpo de cera
Em
chamas
Não
sei o teu nome
Meu
amor
Sei
o dia em que nasci
Sei
o dia em que vi o mar pela primeira vez…
Mas
o teu nome
Meu
amor
As
mãos
Nos
livros
Triste
Infinito…
E
longas (pernas)
Ruelas
sem saída
Mulheres
de ébano
Semeadas
no passeio da ilusão
O
esqueleto meu amor
Dançando
sobre a praia
Nua
(ela ou ela?).
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
31 de Março de 2015