Sem
ti, sou um pequeno ponto de luz nos braços da solidão.
Uma
simples folha em papel,
Sem
ti, sou um pedaço de terra, calcada pela desilusão,
Uma
labareda de nada, entre sorrisos e abraços.
Sem
ti, sou a cidade em combustão,
Crianças
que guerreiam por um pedaço de chão.
Sem
ti, os peixes cintilam dentro do aquário,
No
leito cansado do pensamento.
Sem
ti, sou um pequeno achado,
Palavra
emagrecida, esplanada só, sem ninguém,
Sem
ti,
Sou,
Aquele
abraço aborrecido,
Dormindo
na tarde.
Dormindo
na esperança,
De
um dia, sem ti,
Escrever
nos teus lábios.
Sem
ti, sou a personagem secreta da noite,
Sou
lua enganada,
Sou
luar das plantas inanimadas,
Sem
ti, sou o jardim junto à calçada.
Sem
ti, não sou nada.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
15/05/2020