Oiço
os teus gemidos no cansaço da noite.
Amar-te
não me chega,
Amar-te
é crucificar o teu corpo nas rimas de um poema vadio,
Cansado
do rio,
Antes
de nascer o Sol.
Amar-te
é construir uma cabana junto ao mar,
Plantar
livros no quintal,
Desenhar
na areia o silêncio da noite,
Esse
mesmo,
Onde
oiço os teus gemidos.
Não.
Não estou louco.
Se
o fosse não escrevia sabendo que oiço o mar nos teus lábios de amêndoa…
Contra
os rochedos da insónia.
E
eu sou capaz de caminhar até à montanha mais alta do meu corpo,
Vagueando
nos teus braços de pérola adormecida,
Como
o vento,
Levando
com ele a cumplicidade de um beijo no esconderijo da noite,
Quando
um transeunte tropeça nas palavras,
Que
aqui,
Ali…
Vou
semeando…
Para
quando eu morrer,
Tu,
Acariciares
entre parêntesis e ponto de interrogação.
Amanhã?
Logo
à noite?
Somos
apenas fotografia a preto-e-branco.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
8/08/2019