Vou
assassinar todos os meus livros,
Dar-me
como culpado,
E
durante a noite, enquanto as estrelas dormem, ser incinerado.
Vou
assassinar o teu corpo, apenas o teu corpo,
E
fugir para a Lua,
Vou
beijar os teus lábios,
Antes
de assassinar todos os meus livros,
Dar-me
como culpado,
E
deitar-me nas tuas cinzas,
Eu,
cremado,
Como
os meus livros,
Como
o meu corpo…
Incinerado.
Vou
queimar os teus seios,
Antes
de escrever neles, amo-te,
Vou
assassinar todos os meus livros,
Quando
começar a madrugada.
Quando
eu morrer,
E,
os meus livros,
E,
o teu corpo,
Vou,
Talvez,
Ser
feliz.
Como
os meus livros,
Como
o teu corpo,
Como
o meu corpo.
Vou
assassinar todos os meus livros,
Dar-me
como culpado,
E
durante a noite, enquanto as estrelas dormem, ser incinerado…
Como
a vida é complexa…
Como
o teu corpo, suspenso no teu olhar.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
06/04/2019