Escolho-te
pelas desventuras dos segredos proibidos.
Escolho-te
pela vaidade das madrugadas sem dormir,
Quando
no horizonte se esconde uma andorinha selvagem, triste, sonolenta…
Escolho-te
pelas nuvens de prazer que sobrevoam as cidades desertas, e cansadas.
E
dos fantasmas as alegrias do teu olhar,
Escolho-te
pela luminosidade da alvorada antes de acordar,
Golpeando
a terra abandonada,
E
fria da solidão…
Escolho-te
porque nascem estrelas no teu sorriso de silêncio adormecido,
Quando
não vêm as lágrimas do destino.
Escolho-te
quando na minha mão poisas, brincas, saltitas como uma criança.
Escolho-te
nas tempestades do deserto,
Ou
nas ribeiras descendo a montanha…
E
quando te escolho… acorda o dia no meu relógio sentado à lareira.
Francisco
Luís Fontinha
23/11/2016