quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Escolho-te


Escolho-te pelas desventuras dos segredos proibidos.

Escolho-te pela vaidade das madrugadas sem dormir,

Quando no horizonte se esconde uma andorinha selvagem, triste, sonolenta…

Escolho-te pelas nuvens de prazer que sobrevoam as cidades desertas, e cansadas.

 

E dos fantasmas as alegrias do teu olhar,

Escolho-te pela luminosidade da alvorada antes de acordar,

Golpeando a terra abandonada,

E fria da solidão…

Escolho-te porque nascem estrelas no teu sorriso de silêncio adormecido,

Quando não vêm as lágrimas do destino.

 

Escolho-te quando na minha mão poisas, brincas, saltitas como uma criança.

Escolho-te nas tempestades do deserto,

Ou nas ribeiras descendo a montanha…

E quando te escolho… acorda o dia no meu relógio sentado à lareira.

 

 

Francisco Luís Fontinha

23/11/2016

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