Pego
nas cartas que me escreveste,
Algumas,
sem nexo, sem anexo…
Pego
nas palavras que nunca tiveste a coragem de lapidar nos meus lábios,
E
coloco-as na tela da saudade,
Invento
nos teus beijos a poesia do sonâmbulo embriagado,
Quando
o vento o faz tropeçar na calçada,
E
acorda debaixo da sombra nocturna do Adeus…
O
mendigo apavorado,
Apaixonado
desde criança,
Que
as palavras das tuas cartas…
Transformaram
em veneno amargurado,
Nas
mãos do soldado amordaçado.
Francisco
Luís Fontinha
sexta-feira,
1 de Julho de 2016