sexta-feira, 1 de julho de 2016

Sonâmbulo embriagado


Pego nas cartas que me escreveste,

Algumas, sem nexo, sem anexo…

Pego nas palavras que nunca tiveste a coragem de lapidar nos meus lábios,

E coloco-as na tela da saudade,

Invento nos teus beijos a poesia do sonâmbulo embriagado,

Quando o vento o faz tropeçar na calçada,

E acorda debaixo da sombra nocturna do Adeus…

O mendigo apavorado,

Apaixonado desde criança,

Que as palavras das tuas cartas…

Transformaram em veneno amargurado,

Nas mãos do soldado amordaçado.

 

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 1 de Julho de 2016

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