Esqueci o meu nome
enquanto dormia nesta seara de insónia,
levemente me batia,
o vento inanimado...
cansado de
trabalhar,
esqueci o meu nome
nos livros da paixão,
desenhei corações
nas entranhas da solidão,
esqueci o meu nome
nas ruas de uma cidade,
também ela,
também... também
eu...
sem nome,
sem... sem idade,
na calçada da
liberdade,
Caminhei sobre o
amarfanhado mar,
como um vampiro em
chocolate,
deitei-me no chão,
dormi na seara da
insónia...
esqueci o meu nome
nas estrelas de cartão,
não sei se estou
vivo...
não sei... não sei
se hoje há vertigens na minha mão,
enquanto embriagado
me encosto ao xisto muro,
não seguro,
o perfume silêncio
em volta dos teus seios de rochedo cinzento,
não me calo...
não... não me
contento,
Esqueci o meu nome
nas andorinhas de veludo,
voei como voaram os
meus sonhos...
hoje... apenas
pedaços de sombra,
e aço enferrujado,
não me calo, não...
não tenho medo do amor impossível,
esqueci o meu nome,
esqueci...
nas arcadas do
infinito,
não seguro,
não... não me
contento...
e no entanto,
sou feliz sem
nome... sou feliz sem estória...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 29 de
Outubro de 2014