Sem pressa de
caminhar sobre as nefastas palavras de chorar
o fogo das tuas mãos
que iluminam esta cabana de chita
o teu sorriso...
impregnado no meu silêncio...
enquanto me recordo
em frente ao espelho da solidão
sou um vadio
navegante
deixei de saber como
era
quem era
apenas recordo
algumas das imagens
muito sombreadas
como uma nuvem de
carvão
voando em direcção
ao mar
sem rumo... sem...
sem luar,
esta esplanada de
incenso
que durante anos
arde no meu peito
o odor da tua pele
nas paredes em lágrimas
a janela amortalhada
quase a esquecer-se
da minha existência...
permaneço neste
barco
em círculos
em quadrados
imperfeitos
gaguejando
às vezes
às vezes sem
perceber porque o meu corpo se evapora ao anoitecer
sem rumo... sem...
sem luar,
sem palavras para
escrever...
sem pressa de
caminhar
vivo e habito nos
teus lábios prateados
vivo e habito nos
teus seios... como desejos parvos
sem cigarros no
tecto da insónia
vivo e habito
em círculos
em quadrados
imperfeitos
em parábolas
moribundas
e cansadas...
como eu
sem rumo... sem...
sem luar!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 27 de
Outubro de 2014
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