Levaste o coração de pedra
que se escondia no meu peito de vidro
agora sou um rio sem rochas
e quando aporta a noite nos meus olhos
sem luar
sinto o vento esconder-se nas cavidades
invisíveis da minha boca
como se as abelhas do oceano
sorrissem às esplanadas cansadas da
velhíssima rua das janelas apodrecidas de tédio
e as mini saia cor da Primavera nos
livros do segundo esquerdo,
Às coxas do poema vêm os milímetros
cúbicos de desejo
que as mãos de um louco desenham no
círculo verde
sobre a porta de entrada,
Há flores moribundas em processo de
despedimento nos jardim da saudade
o chocolate lábio ao beijo no cardápio
das sílabas enfeitadas com laços de mel
e sombras de silêncios no quintal da
infância
um barco rompe debaixo das mangueiras a
claridade da paixão
morta a paixão
sobejando os ossos do amor
e as palavras em lápides de cartão
no meu peito de vidro.
(poema não revisto)