Em mim as chamas invisíveis dos
vulcões imaginados
pelas árvores sem amanhecer
crucificadas nas fotografias do vento,
Em mim as cordas ondulantes que amarram
os oceanos
às tábuas inclinadas da paixão
antes de adormecer,
Em mim a noite disfarçada de lua
com fios de água
nos lábios de incenso
às janelas cansadas que a cidade
alimenta,
Em mim a tua boca em palavras
embrulhada nas vogais de algodão
e sílabas de mel
como se a infância regressasse do
abismo infinito da terra amedrontada,
Em mim todas as coisas belas
e menos belas
na terra húmida do amor
em mim
para ti flor queimada na cintilante
madrugada
o meu beijo de despedida
e mais nada...
(poema não revisto)