quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A cidade dos cadáveres em pedras frias


Existiam sorrisos de dor
nas tuas palavras
pequeníssimos beijos de luz
na madrugada sem destino
o eu ausente
caminhando sobre o mar em flor
em menino
o amor
que a chuva sente
nas tardes de Outubro
o poema transforma-se em pedacinhos de xisto
e mel poisado nos lábios da amêndoa,

Procuro a cidade
dentro da algibeira dos cadáveres quando dormem sossegadamente
nas pedras frias do destino
a cidade cresce dentro das ruas sem saída
que o rio engole das janelas da manhã enfeitada com fios de papel,

Oiço vagarosamente os sorrisos de dor
nas tuas palavras,

e uma corda de sono
entrelaça-se nas minhas mãos esquecidas nas árvores do inverno
cai a noite sobre nós
e descem as estrelas até aos teus olhos de luar.

(poema não revisto)

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