Existiam sorrisos de dor
nas tuas palavras
pequeníssimos beijos de luz
na madrugada sem destino
o eu ausente
caminhando sobre o mar em flor
em menino
o amor
que a chuva sente
nas tardes de Outubro
o poema transforma-se em pedacinhos de
xisto
e mel poisado nos lábios da amêndoa,
Procuro a cidade
dentro da algibeira dos cadáveres
quando dormem sossegadamente
nas pedras frias do destino
a cidade cresce dentro das ruas sem
saída
que o rio engole das janelas da manhã
enfeitada com fios de papel,
Oiço vagarosamente os sorrisos de dor
nas tuas palavras,
e uma corda de sono
entrelaça-se nas minhas mãos
esquecidas nas árvores do inverno
cai a noite sobre nós
e descem as estrelas até aos teus
olhos de luar.
(poema não revisto)
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