Atravesso o campo de lírios à procura das nuvens de silêncio
que semeei no teu corpo embaciado pelo desejo dos meus olhos tímidos
prisioneiros nos corações de luz organicamente felizes com a cor dos teus cabelos
e dos teus lábios consigo construir um sorriso fingido abraçado a pedacinhos de medo
sinto-o quando a distância se resume a míseros milímetros de solidão
sinto-o quando olhas as minhas mãos de papel embrulhadas em sorrisos de tinta permanente
como a cidade em alvoroço
dentro da cidade sinto-o
o medo que existe em ti
à minha voz
ao meu olhar
possivelmente às minhas palavras sempre escondidas na galáxia do desejo
atravesso o campo de lírios em Outonos longínquos
e antes de dormires um feixe de fios de seda desce sobre o teu leito
embrulham-se nas tuas pálpebras de pétala rosa em pequeníssimas marés de paixão
e entra a noite dentro de ti
(poema não revisto)
domingo, 9 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
É meia-noite no meu peito
É meia-noite no meu peito
e o meu coração está disfarçado de roseira
há perfume que sobejou da tarde sem jeito
e palavras misturadas na bebedeira
É meia-noite no meu peito
triste
cansado mergulhado num líquido viscoso
triste o meu coração moncoso
que resiste
ao poema desajeitado com lágrimas escondidas no leito
É meia-noite no meu peito
e deixei voar o amor
nos silêncios invisíveis que habitavam o céu perfeito
com mãos de chocolate e na lapela a alegria de uma flor.
(poema não revisto)
e o meu coração está disfarçado de roseira
há perfume que sobejou da tarde sem jeito
e palavras misturadas na bebedeira
É meia-noite no meu peito
triste
cansado mergulhado num líquido viscoso
triste o meu coração moncoso
que resiste
ao poema desajeitado com lágrimas escondidas no leito
É meia-noite no meu peito
e deixei voar o amor
nos silêncios invisíveis que habitavam o céu perfeito
com mãos de chocolate e na lapela a alegria de uma flor.
(poema não revisto)
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
A noite sobre a aldeia de papel
As mãos ensanguentadas de fome
ao cair a noite sobre a aldeia de papel
o vento leva todos os sorrisos da tarde
e o céu absorve as lágrimas de sofrimento
uma criança inventada
chora em cima da copa de uma árvore
imaginada
por uma miúda refilona
uma menina traquina
saltitando de rio em rio
e de mar em mar
até se deitar sobre a areia fina dos sonhos
engraçadinha
preguiçosa
menina teimosa
como um lírio voando desalinhado dentro dos pontos cardeais
e à lua toca com os lábios de saudade
comendo as estrelas azuis
e os pontos de luz pintados de esperança
antes de acordar a madrugada
as mãos ensanguentadas de fome
ao cair a noite sobre a aldeia de papel
o vento leva todos os sorrisos da tarde
(uma menina traquina
saltitando de rio em rio
e de mar em mar)
sem perceber que o vento
que o vento leva todos os sorrisos da tarde...
(poema não revisto)
ao cair a noite sobre a aldeia de papel
o vento leva todos os sorrisos da tarde
e o céu absorve as lágrimas de sofrimento
uma criança inventada
chora em cima da copa de uma árvore
imaginada
por uma miúda refilona
uma menina traquina
saltitando de rio em rio
e de mar em mar
até se deitar sobre a areia fina dos sonhos
engraçadinha
preguiçosa
menina teimosa
como um lírio voando desalinhado dentro dos pontos cardeais
e à lua toca com os lábios de saudade
comendo as estrelas azuis
e os pontos de luz pintados de esperança
antes de acordar a madrugada
as mãos ensanguentadas de fome
ao cair a noite sobre a aldeia de papel
o vento leva todos os sorrisos da tarde
(uma menina traquina
saltitando de rio em rio
e de mar em mar)
sem perceber que o vento
que o vento leva todos os sorrisos da tarde...
(poema não revisto)
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
À boca a tua louca janela
Sossego
entre as palavras caídas
das nuvens de veludo púrpura
à boca
sossego dos lábios incandescentes
quando do desejo cresce a vergonha de olhar o céu
louca
a manhã em ressaca depois da noite murmurada em poemas doentes
às palavras indesejadas
à boca
louca
majestosos cansaços nos pilares da morte
louca
sossego
quando escreves na minha lápide invisível
(aqui jaz um grande filho da puta)
eu
em sossego
entre as palavras caídas
das sandálias com tiras de couro
e um triciclo de madeira
esquecido
magoado
triste debaixo das mangueiras trucidadas pelas balas sem destino
eu menino
voo sobre o musseque de incógnitas e equações clandestinas
louca
a boca
a tua boca
quando engole o meu corpo em pequenos recortes de jornal
à boca
a louca clandestina memória da infância
(aqui jaz um grande filho da puta)
um menino em calções que sonha roubar o mar de Luanda...
(poema não revisto)
entre as palavras caídas
das nuvens de veludo púrpura
à boca
sossego dos lábios incandescentes
quando do desejo cresce a vergonha de olhar o céu
louca
a manhã em ressaca depois da noite murmurada em poemas doentes
às palavras indesejadas
à boca
louca
majestosos cansaços nos pilares da morte
louca
sossego
quando escreves na minha lápide invisível
(aqui jaz um grande filho da puta)
eu
em sossego
entre as palavras caídas
das sandálias com tiras de couro
e um triciclo de madeira
esquecido
magoado
triste debaixo das mangueiras trucidadas pelas balas sem destino
eu menino
voo sobre o musseque de incógnitas e equações clandestinas
louca
a boca
a tua boca
quando engole o meu corpo em pequenos recortes de jornal
à boca
a louca clandestina memória da infância
(aqui jaz um grande filho da puta)
um menino em calções que sonha roubar o mar de Luanda...
(poema não revisto)
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Viagem
Dizem-me que regressaste
e sofres
como a noite se dissolve nas rochas infinitamente amarguradas
e sofres
como uma cratera à volta da lua
loucamente sofrendo as dores do inferno
(regressaste
e sofres)
e dormes profundamente nas areias do caos.
(poema não revisto)
e sofres
como a noite se dissolve nas rochas infinitamente amarguradas
e sofres
como uma cratera à volta da lua
loucamente sofrendo as dores do inferno
(regressaste
e sofres)
e dormes profundamente nas areias do caos.
(poema não revisto)
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Do amor das palavras
Do amor das palavras os rios de insónia
nas viagens sobre a aldeia de xisto
com janelas de amêndoa e telhados de chocolate
os cigarros imaginários que caminham no corredor da morte
sinto-os
sinto-os encostados às portas do sofrimento
quando o mar da paixão morre entre os degraus e não consegue poisar no sótão
sinto-os em sussurros
nos gemidos da noite obscura
o corpo nu da mulher embrulha-se nas paredes de gesso
construídas com migalhas de livros
e velhas sílabas pertencentes a poemas mortos
os pássaros cheiram a tinta acrílica
e as abelhas fogem pelas frestas como olhos de vidro
que vivem nas paredes de gesso do sótão de areia
do amor
apenas silêncio
do amor
apenas noites acorrentadas a rios de insónia
as pedras e os livros e as mãos da mulher nua suspensa nas paredes de gesso
do amor
e todos os pássaros em direcção ao mar da felicidade
as pedras e os livros e os lábios da mulher nua
e o mar da paixão
apenas silêncio
e a minha vida
uma rua de uma cidade morta
uma rua nua e escura
sem saída
amarga no chão semeado de mangas
e o céu pintado de capim
(E espero pacientemente que a cidade de Luanda me engula
como engoliu o meu chapelhudo
e o meu triciclo
e todos os meus sonhos).
(Poema não revisto)
nas viagens sobre a aldeia de xisto
com janelas de amêndoa e telhados de chocolate
os cigarros imaginários que caminham no corredor da morte
sinto-os
sinto-os encostados às portas do sofrimento
quando o mar da paixão morre entre os degraus e não consegue poisar no sótão
sinto-os em sussurros
nos gemidos da noite obscura
o corpo nu da mulher embrulha-se nas paredes de gesso
construídas com migalhas de livros
e velhas sílabas pertencentes a poemas mortos
os pássaros cheiram a tinta acrílica
e as abelhas fogem pelas frestas como olhos de vidro
que vivem nas paredes de gesso do sótão de areia
do amor
apenas silêncio
do amor
apenas noites acorrentadas a rios de insónia
as pedras e os livros e as mãos da mulher nua suspensa nas paredes de gesso
do amor
e todos os pássaros em direcção ao mar da felicidade
as pedras e os livros e os lábios da mulher nua
e o mar da paixão
apenas silêncio
e a minha vida
uma rua de uma cidade morta
uma rua nua e escura
sem saída
amarga no chão semeado de mangas
e o céu pintado de capim
(E espero pacientemente que a cidade de Luanda me engula
como engoliu o meu chapelhudo
e o meu triciclo
e todos os meus sonhos).
(Poema não revisto)
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