(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
A morte dos
esquissos preguiçosos e das palavras enamoradas,
o fogo do poema
invadindo a biblioteca assombrada pelos cortinados vivos dos
esqueletos de papel,
cá dentro, marés
de solidão abraçam-se aos lápis e canetas abandonadas sobre a
secretária,
os papeis parecem
doentes, empilhados numa qualquer enfermaria...
esperam,
desesperam,
e acreditam que um
dia vão ressuscitar...
mentira,
nunca o farei,
porque os papeis são
para destruir
juntamente com o meu
corpo de granito vagabundo,
um sem-abrigo,
sem... e sem mundo...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 23 de
Fevereiro de 2015