(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
O amor suicida-se
nos lábios do sorriso de xisto,
uma carta poisa
respeitadamente sobre uma almofada granítica,
impregnada de
silêncios
e fósforos
adormecidos na inocência do poema,
faltam-me as
palavras...
oiço-o nos braços
do seu amante,
inventado beijos
e livros entranhados
nos socalcos do desejo,
há no Outono uma
noite em despedida,
a sinfonia da
saudade
nas clarabóias do
sexo,
e lá fora todos os
transeuntes são imagens a preto e branco,
expostas numa parede
branca,
descendo a calçada,
virava à direita,
o engate,
a rua,
em nada,
como lâminas de
sono contra as marés de prata,
não quero os sonhos
nem os seios dos
caixotes de vidro
que habitam as
minhas mãos de medo,
o amor suicida-se
nos lábios do
sorriso de xisto... e a penumbra é uma estátua de gelo...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 22 de
Fevereiro de 2015
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