(desenho
de Francisco Luís Fontinha)
Eles
chegaram, o caixão ainda cheirava à tinta fresca da manhã,
brincava um silêncio de olhos verdes no vão de escada,
Foder
num vão escada, como fodem todas as palavras do poema...
Sabíamos
que o corpo não pertencia às nossas vidas,
Clandestino,
eréctil nas disciplinas do abismo, o poema esfomeado esperando o
amante suicidado,
amanhã,
amanhã nascerá um cansaço de medo no afastamento dos círculos das
cidades embriagadas,
Sem
iluminação, sem mulheres ou bares para combater a distracção, uns
panfletos expostos na parede xistosa,
Há
Tripas,
O
caixão dançava no centro da sala de estar,
Confesso,
Nunca
tinha assistido à dança de um caixão...
Já
imaginaram o dançar de um caixão?
Há
tripas e...
Moelas,
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
22 de Fevereiro de 2015
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