As quatro esferas do
silêncio
entrelaçadas às
três rectas da solidão...
encontrar-se-ão no
infinito?
De mão na mão
passeando na cidade
faminta das abelhas?
e... e o poema
proibido?
Amar-se-á como se
amam os pássaros
e as plantas...
O esqueleto
simplificado da geometria do cansaço
as lâminas da
insónia
como guilhotinas
descendo sobre os meus braços...
E... e amanhã?
Um calendário
ferrugento
galgando o rio em
pequenos círculos de gelo
uma caneta em
suicídio
no bolso da paixão
o homem arde na
fogueira do amanhecer
acreditando que há
nos relógios de pulso...
amor
e palavras para
escrever...
E... e amanhã?
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 8 de
Fevereiro de 2015