(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Não sei a quem
pertencem os aplausos da tua alma
porque se movem as
imagens sapateadas da neblina assassina
sobre as cadeiras
vazias do abismo
sabíamos que
habitavam nos teus lábios
abelhas
flores...
e paisagens
pinceladas de Inverno
e mesmo assim
abrimos as janelas
derrubamos todas as
portas de entrada
porque a noite
regressaria brevemente
na companhia dos
esqueletos vivos da solidão
não tínhamos frio
porque entre nós os
livros de poesia acorrentavam-se às frestas da paixão
uma lareira
enlouquecida em silêncio
como enlouquecidos
eram os nossos corpos suspensos no luar
a cidade fervilhava
e crescia dentro do
sufoco amanhecer
caminhávamos
separadamente como duas roldanas descalças
sós...
como árvores em
busca da morte
sós...
… não sei a quem
pertencem os aplausos da tua alma
e que imagens são
estas; “as imagens sapateadas da neblina assassina”.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 6 de
Fevereiro de 2015
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