(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
A tela vazia e só
no centro do
alpendre doirado
as palavras
embalsamadas
que se misturam nas
cores adormecidas
por uma mão em
descanso
com medo de
conversar...
a cidade engolida
pela sentença do amanhecer
dormir
e não acordar
quando as imagens se
despendem da noite embriagada
não regressar aos
teus braços
nunca,
até que a ponte se
transforme em alegria
e a madrugada
comece a
desembrulhar a tela vazia,
as equações do
prazer
na ardósia eterna
da paixão
o silêncio Deus
envenenado pelas sombras dos lábios narcisados
a fala entranhada
nas montanhas do abismo
e o corpo
desenlaça-se do secreto olhar das amendoeiras em flor
a tela
nua
apaixonada pelas
recordações tridimensionais do rio minguado
as areias húmidas
sobrevoando o teu corpo de porcelana
até que a ponte...
e a madrugada...
apareçam para
desembrulhar a tela vazia.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 7 de
Fevereiro de 2015
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