Perco-me na morada incerta das algas
insignificantes da madrugada
procuro na algibeira as migalhas das
chaves que me dão acesso ao sótão
da solidão deserta sem palavras
dos números complexos escritos nas
frestas da lua,
perco-me nas estrelas de papel
que à janela da insónia me beijam
loucamente
quando atravesso a rua dos sonhos
e esqueço-me que as luzes dos olhos do
mar dormem docemente na tua boca,
perco-me na tua voz melódica
poeticamente embriagada nas flores
lésbicas que habitam no jardim do desejo
perco-me em ti
de ti quando me faltam os poemas e fumo
as últimas sílabas da noite...
(poema não revisto)