sexta-feira, 2 de novembro de 2012

As últimas sílabas da noite


Perco-me na morada incerta das algas insignificantes da madrugada
procuro na algibeira as migalhas das chaves que me dão acesso ao sótão
da solidão deserta sem palavras
dos números complexos escritos nas frestas da lua,

perco-me nas estrelas de papel
que à janela da insónia me beijam loucamente
quando atravesso a rua dos sonhos
e esqueço-me que as luzes dos olhos do mar dormem docemente na tua boca,

perco-me na tua voz melódica
poeticamente embriagada nas flores lésbicas que habitam no jardim do desejo
perco-me em ti
de ti quando me faltam os poemas e fumo as últimas sílabas da noite...

(poema não revisto)

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