Escrevia sonhos nas mandíbulas
insaciáveis das palavras de prazer
ao húmus transversal que alimenta o
coração esmigalhado
a estrada esconde-se na montanha do
medo
e há árvores em fila de espera para
comerem a refeição mínima do dia invernal,
Saio de casa e as sombras de tristeza
agarram-se-me aos dedos de cristal que
as minhas mãos de feldspato
transportam quando acorda a manhã
cansada de poesia
e papagaios de papel encarnado,
Escrevo-te sabendo que a tua boca
vive numa nuvem de algodão construída
pelas infinitas gaivotas do Tejo
quando barcos em solidão
dormem sossegadamente no travesseiro da
paixão,
Escrevia os sonhos
em insaciáveis mandíbulas que o
coração de vidro
às palavras
tristemente adormecidas.
(poema não revisto)
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