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quinta-feira, 13 de julho de 2023

Coisas da minha fé em vergonha

 

Isto,

Isto não é nada,

São riscos em pedacinhos de corrida,

São traços,

Dos abraços…

Que uma pobre flor

Semeia na madrugada,

 

Isto,

Isto não é nada,

São cores,

Em flores de papel,

São palavras,

Em geadas palavras,

 

Isto,

Não…

Isto não é nada,

São sombras,

Das coisas de ninguém,

Nos traços de nada,

Dos traços de alguém,

 

Isto,

Isto nunca poderá ser nada.

É uma janela,

Desenhada,

Nesta triste folha em papel…

Uma janela…

De nada,

Numa parede sem ninguém,

 

Isto,

Isto nada é,

Enquanto um outro eu,

Pertencer às manhãs que o mar lançou contra a maré…

De nada,

Isto é…

Isto,

Isto não é nada,

São traços,

São riscos…

São pedacinhos da minha vergonha,

Na vergonha da minha fé.

 

 

 

13/07/2023

Francisco Luís Fontinha

Morte de uma pedra cinzenta

 

Abraça-te,

Suicida-te com a insónia de um poema,

Ergue-te até poisares na lua,

Suscita-te,

Madrugada envenenada

Que se lança ao mar…

E procura

A sombra das estrelas,

Suicida-te com essa pedra cinzenta,

Das palavras,

E nas palavras…

Daquele que tudo lamenta.

 

 

13/07/2023

Francisco


quinta-feira, 6 de julho de 2023

Livro de poesia

 Amo-te dentro deste espaço exíguo

Das palavras sem madrugada

Nas palavras proibidas

Às palavras das minhas palavras…

Das palavras ditas

Nas palavras escritas,

Amo esse jeitinho de simplicidade

No acordar da manhã…

Amo-te vestida de pôr-do-sol

E das noites em luar,

Amo-te quando dormes no meu poema…

E a aminha cama

Em cada dia…

É um livro de poesia.

 

 

06/07/2023

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Não sei,

 Não sei, meu amor,

Hoje, nada tenho a escrever-te de belo

A não ser que brevemente levantaremos voo rumo à Rua das flores,

Que neste momento já nem sei se o calor que entra mais

O calor gerado,

É igual ao calor que sai

Mais o calor acumulado,

Digamos…

Espera aí…

E se for o calor de uma abelha

Poisada nos teus lábios

Ser igual ao calor dos meus lábios

Mais o calor dos lábios da abelha,

Não, não soa bem...

Continuamos,

 

Mas o que eu queria era escrever-te algo de belo

Como um permutador de calor,

Só…

Numa sala escura

E sem janela para o mar,

Mas hoje,

Não, não consigo escrever-te nada de belo…

A não ser que…

Os teus olhos são a raiz quadrada de cento e vinte cinco,

Ou que o teu lindo sorriso é igual à massa vezes a velocidade da luz,

Ao quadrado…

Ao quadrado,

Então o teu lindo sorriso é tão infinito,

Tão infinito…

Como o Universo infinito que é,

De energia…

 

Mesmo assim, ainda não tenho palavras para escrever-te de tão belo…

Diria que,

Deus ao cubo,

Abraçado ao sonho…

É igual ao silêncio…

No silêncio a que me proponho…

Não,

Não é nada belo…

Como o é um reactor nuclear,

Uma chumaceira qualquer…

Ou simplesmente um parafuso em paixão,

 

Os segundos e os minutos correm…

Apressadamente para apanharem o cacilheiro até ao Vilarelho

Palavras para ti, meu amor, ainda não telho,

Preciso de palavras distintas,

Palavras belas,

Entre belas palavras,

Tais como…

Que no silêncio do teu olhar,

Destro silêncio em perfeita madrugada,

Sinto-me tão pequenino…

Tão misero como a constante de difusão,

Como as coisas da vida…

Quando da tua mão…

Acorda um beijo em papel,

Pincelado de encarnado,

Antes que desça sobre nós…

O Oceano que nos vai engolir no calor da noite,

 

E que sim,

(toda a plateia em pé,

Ele é louco

Ele é louco

Ele é louco

Ele é louco

Ele é louco…)

Mesmo assim, ainda não tenho para ti, meu amor, palavras belas…

Ou belas palavras

Ou cinzeiros de prata,

Ou tudo…

Ou nada,

 

E diria que…

Escrevia no teu corpo o mais belo e lindo poema de amor…

Mas que posso eu escrever…

Se neste momento não tenho palavras belas

Das belas palavras,

Para ti,

Escrevia no teu corpo…

Desejo, enquanto a lua pertencer ao silêncio dos Deuses,

Desenhava no teu corpo a paixão desconhecida…

De uma equação qualquer,

Assim…

Simples,

Simples como a vida,

 

Mas gosto mais de escrever,

Então eu escrevia no teu corpo,

Que o quero não como posse…

Mas apenas para o contemplar com as minhas mãos…

Quando o Sol se esquecer de acordar…

Mas preciso de palavras belas,

Para ti,

Mas hoje, meu amor,

Hoje não é dia de palavras belas,

Que o cacilheiro com destino ao Vilarelho está quase a chegar,

Fez uma curta paragem na rua da Costinha,

E eu, aqui sentado…

Acreditando…

Que quando terminar a noite…

Tenho as tuas belas palavras,

(que sou louco, pois, pois…)

O paquete que transportava os cereais…

Teve um pequeno percalço…

E poisou no aeródromo da Chã…

Em contrapartida,

O avião que transportava os permutadores de calor…

Atracou no cais do Pinhão,

Como vês, meu amor,

Não vês nada,

Como eu,

 

Mas o que eu quero,

São palavras,

Belas palavras,

Das palavras tão belas,

 

E continuando a escrever no teu corpo,

Admitindo que estou com uma pequena dúvida,

Pois não sei se tenho na cabeça mais poemas de amor para semear no teu corpo

Ou de que equações…

Sento-me…

E penso,

 

Deus vem ter comigo,

Troca comigo um abraço,

Peço-lhe um cigarro…

Que sim

Muito simpático… ele,

E talvez ele me ajude,

Pois ele é Deus,

E segreda-me ao ouvido…

Que as mulheres preferem palavras belas,

Belas palavras,

De que miseras equações de sono…

Deu é muito fixe…

Só que ele,

Que tudo sabe,

Nada sabe,

Pois estou aqui num profundo dilema…

Não tenho palavras belas…

Tão pouco belas palavras…

Para oferecer a uma Donzela,

E Deus…

Manda-me escrever no corpo dela…

Palavras,

 

Mas acredito,

Tenho fé em Deus…

Que até terminar a noite…

Terei as tuas belas palavras,

 

As tuas mãos são uma pequena jangada

Nas minhas mãos de nada,

(não, não…, isto ainda não é belo)

Que no teu cabelo,

Que no teu cabelo habita uma lágrima de luz…

À velocidade de trinta metros por segundo,

Diria então,

Que do teu cabelo…

Nascem pigmentos de silêncio-paixão…

Ou então…

Que na tua boca,

Existe um pequeno electrão,

E uma pequena nuvem de insónia,

 

(bravo, bravo…, pois claro…)

Mas acredito,

Tenho fé em Deus…

Que até terminar a noite…

Terei as tuas belas palavras,

 

Depois,

Alguém disse que a distância daqui até à lua

É igual à distância da lua até aqui,

E que sim, e que sim…

Mas quanto a Deus…

Fiquei-me apenas pelo cigarro emprestado,

Sim, emprestado…

Porque Deus não dá nada a ninguém,

Nem as tuas palavras,

 

Mas eu,

Eu precisava de palavras,

De belas palavras,

Das mais belas palavras do infinito Universo…

E de verso em verso,

Não, hoje não consigo escrever-te um lindo poema antes que termine a noite…

E me apeteça lançar da Torre Eiffel e voar sobre a tua sombra…

 

Ausento-me do teu doce olhar

Sabendo que sobre esta folha em papel

Há uma única palavra

Uma só palavra;

Amo-te.

 

Ainda não gosto,

Não, não são as tuas palavras,

Que dentro de um cubo,

Existe uma lâmina de desejo…

Pronta a dilacerar o perfume da tua pele…

(o tipo está doido…)

(bravo, bravo…)

(oiço toda a plateia em uníssono…

Um abraço,

Parabéns…

Nem anos faço, hoje…

Palermas)

 

Ausento-me do teu doce olhar

Na ânsia claridade da noite

Depois de descerem da montanha

Os pássaros das três grandes ribeiras…

E abraço-te com um beijo

Enquanto lá fora…

Lá fora…

Esperam-me…

Para me apedrejarem…

Ou levarem-me para o manicómio…

Prefiro ser cremado,

Numa linda manhã de nevoeiro,

 

Não sei, meu amor,

Hoje, nada tenho a escrever-te de belo

A não ser que brevemente…

 

Terei a solução da equação de Deus.

 

 

 

29/06/2023

Francisco

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Abelha amada

 

Meu pedacinho de mel,

Que aprisionas as minhas palavras,

Do teu silêncio fel,

Nas tristes madrugadas,

 

Nas alegres palavras,

Enquanto o sol dorme no teu olhar,

Das estrelas cansadas

Ao sofrimento mar,

 

Meu pedacinho de mel, poema madrugar,

Manhã acordada

Na maré amar,

 

Manhã cansada, manhã em sofrimento,

Meu pedacinho de mel, abelha amada,

Abelha do alegre pensamento.

 

Francisco

terça-feira, 27 de junho de 2023

Flor em luar

 

Há uma flor em tua mão

Tua mão em flor,

Tua mão em minha mão

Na tua mão em dor.

 

Há uma flor em papel

Flor na mão tua minha mão de mar,

Uma flor nos teus lábios em mel…

Do mel doce lar.

 

Do mel doce amar,

Uma flor em tua mão…

Uma flor que não sabe falar.

 

Há uma flor de beijar,

Uma pequena flor no teu coração,

Uma linda flor, uma flor em luar.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Silêncio de minerais acesos…

 

Enquanto oiço alguns poemas do AL Berto

Penso

Enquanto me sento nesta tábua invisível

Enquanto procuro o sono no sono

Desta tábua invisível

Penso

Penso e guardo dentro de mim

Algumas das frases dos poemas de AL Berto…

“demoraste tanto, meu amor…”

“nesta cama de minerais acesos…”

Penso

Que sou muito parvo em pensar…

 

Enquanto oiço alguns poemas do AL Berto

Penso

Semeio alguns rabiscos nesta pobre folha em papel

Procuro dar vida

Ao que jamais terá vida

Mas procuro…

Procuro neste silêncio de minerais acesos…

Sei lá eu o que procuro…

Demoraste tanto, meu amor…

 

 

Desta cama acesa no interior de uma caverna

Oiço-o

Penso…

Pensarão que estou louco… e alguns… dizem-no

E se aquilo que tenho é loucura…

Estou tão feliz, louco…

Dessa cama de minerais acesos...

Demoraste tanto, sílaba do sono,

 

Penso

Afrodite do medo

Alucinação das praias doiradas do Sul…

E oiço-te, meu querido…

Oiço dentro deste silêncio onde poiso a enxada do sonho…

A luz

E acredito em ti, meu querido…

E penso

Sim

Meu querido

Penso

Quando dizes… “nessa cama de minais acesos…)

Imagino o sono

Dançando nos braços da madrugada sem destino

Depois

Pergunto-me o que faz esta circunferência de luz…

Na minha mão…

Demoraste tanto…

 

E oiço-te

E escrevo-te

 

Enquanto oiço alguns poemas do AL Berto

Penso

Enquanto me sento nesta tábua invisível

Enquanto procuro o sono no sono

Desta tábua invisível

Penso

 

E deixei de acreditar em ti…

Mentes-me

Sempre

Dizes-me vezes sem conta que abres a janela…

E o mar todo entra pela janela…

MENTIRA

Abro a minha janela…

Grito pelo mar…

E nada…

Nem a espuma dos dias

Nem

Os dias em espuma…

 

Mas oiço-te

E dirão que estou louco por te ouvir…

Não me importo

Com a tua paixão

Tão pouco com a minha…

Apenas desejava  

Meu querido

Que quando gritasse pelo mar…

O mar todo entrasse pela janela…

 

 

 

26/06/2023

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Menino sem destino do destino menino

Somos tão poucos

Somos tão poucos aqueles que pertencem ao destino

Sem destino

Tão poucos

Tão quase anda

Este pobre menino

Neste pobre destino

E sem madrugada.

 

Do quase anda

Ao quase tudo

Grita este menino

E desenha o mar…

Nos lábios da tristeza

Da tristeza

Deste menino…

Sem destino

Este pobre menino,

 

Tão quase nada

Tão quase tudo

Este pobre menino

Sem destino

Diga-se

Que foi quase tudo

Do pouco que podemos considerar…

Tudo,

E hoje,

Hoje é um quase anda.

 

Somos tão poucos

Somos tão poucos aqueles que pertencem ao destino

Sem destino

Tão poucos

Nos poucos de nada

Quando tudo

Quando tudo é uma maçada…

E é quase nada.

 

 

 

Francisco

16/06/2023

sábado, 10 de junho de 2023

Lápide de sono

 

Entre os parêntesis da manhã

Peço a Deus que me abrace

E desenhe no meu simplório olhar

Uma pequena lápide de sono

Uma lápide quase invisível

Com letras negras

Negras e muito pequeninas

Bem negras e bem pequeninas…

Nasceu a…

Faleceu a…

 

Depois

Depois peço a Deus que escreva nos meus lábios

O silêncio da noite envenenada…

Peço a Deus que não me traga a madrugada

Não

Hoje não me apetece ter a madrugada,

 

Entre os parêntesis da manhã

Peço a Deus que me abrace

Nem que seja um fictício abraço

Quase invisível

Quase… quase nada,

 

Depois de pedir a Deus tanta coisa

Das poucas coisas que tenho

E de ele saber que eu não acredito em Deus…

Ele ri-se…

Ri-se da minha ignorância

Do gajo nada

Pedir tudo

Quando o tudo não existe

E é apenas uma equação

Na espuma dos dias

Quando os dias… são o nada

E o nada…

São estes pequenos dias.

 

 

 

Francisco

10/06/2023