Entre os parêntesis da
manhã
Peço a Deus que me abrace
E desenhe no meu simplório
olhar
Uma pequena lápide de
sono
Uma lápide quase
invisível
Com letras negras
Negras e muito pequeninas
Bem negras e bem
pequeninas…
Nasceu a…
Faleceu a…
Depois
Depois peço a Deus que
escreva nos meus lábios
O silêncio da noite
envenenada…
Peço a Deus que não me
traga a madrugada
Não
Hoje não me apetece ter a
madrugada,
Entre os parêntesis da
manhã
Peço a Deus que me abrace
Nem que seja um fictício
abraço
Quase invisível
Quase… quase nada,
Depois de pedir a Deus
tanta coisa
Das poucas coisas que tenho
E de ele saber que eu não
acredito em Deus…
Ele ri-se…
Ri-se da minha ignorância
Do gajo nada
Pedir tudo
Quando o tudo não existe
E é apenas uma equação
Na espuma dos dias
Quando os dias… são o
nada
E o nada…
São estes pequenos dias.
Francisco
10/06/2023
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