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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Magia

 


Há sítios tão mágicos que a própria magia desconhece...! Cada fotografia, cada paisagem, é um poema.

É tão belo o nosso Douro!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Lugares mágicos

 


Há lugares mágicos; rio Tua fotografado do miradouro Olhos do Tua... 

Este poema

 


Ausento-me.
Enquanto ainda tenho beijos,
Enquanto ainda existem abraços,
Enquanto este relógio não pára de caminhar…
Ausento-me.
Enquanto este poema não morre.

Ausento-me.
Enquanto esta cidade não dorme,
Enquanto este rio não deixa de correr para o mar.
Ausento-me.
Ausento-me,
Enquanto escrevo e a tua mão não deixar de me tocar.


domingo, 18 de fevereiro de 2024

Menino criança

 



Fui menino

Fui criança

Fui o mar

Fui barco,

 

Fui menino dos calções

Menino dos papagaios de papel

Fui montanha

Cacimbo

E fui sanzala,

 

E hoje…

Sou poeta,

 

Poeta apaixonado,

Por ti…!

 

18/02/2024


Tua


 Há um rio dentro de ti que incendeia a noite,

 

Há um rio preguiçoso que dança na tua mão,

Há um rio que escreve nos teus olhos de mar,

Há um rio que apelidam de Tua,

Tua sombra que envenena o meu cinzento sorriso,

 

Há um rio nos teus seios,

Há um rio que traz a lua,

Um rio distante dos meus olhos…

Há um rio triste, em ti,

Há um rio que mergulha nos teus lábios,

 

Quando o Tua se aprisiona nos teus olhos!

 

 

18/02/2024

sábado, 17 de fevereiro de 2024

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024


 Tal e coisa, sempre a mesma coisa.

Os senhores da madeira, sem indícios de crime.

A pré-campanha… uma vergonha…

Tal e coisa, sempre a mesma coisa, sempre as mesmas notícias.

Vou cagar.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Ribeira

 


Trazes-me as palavras de escrever

Trazes-me os versos de desenhar

Trazes-me a vontade de ser

Um braço de mar.

 

Trazes-me o peixe de olhar

Trazes-me o vento

Trazes-me o luar

Quando a noite é um tormento.

 

Trazes-me o viver

Quando o trigo poisa na eira

Trazes-me o amanhecer

E o nome desta ribeira.

 

Trazes-me a fome

Trazes-me o dia

Escondes o meu nome

E o meu corpo na poesia.

 

 

25/01/2024


Montes

 

Dos montes

Onde vivemos

Das fontes

De onde bebemos

 

Da fotografia

Que tiramos

No dia

Que temos

 

Dos montes

Onde vivemos

Nos horizontes

Que prometamos

 

Nos montes

Que amamos

Nas pontes

Que procuramos

 

 

25/01/2024

Neblina

 


Traz a neblina

E esconde-me

Veste-te de menina

E esconde-me

 

Das flores desse jardim

Traz a neblina

E esconde-me de mim

E desta sina

 

E deste jasmim

Traz a neblina e não tenhas medo de me esconder

Tão pouco quando escrevo SIM

 

Traz a neblina que assombra a madrugada

E o amanhecer…

E a alvorada

 

 

25/01/2024

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Somos o amor


Somos dois rios

Dois mares

Dois braços escondidos na neblina

Somos duas árvores

Duas flores do jardim

Somos duas estrelas

Dois sóis

Ou duas luas,

 

Somos duas mãos

Entrelaçadas em duas mãos

Somos dois dedos perdidos numa folha em papel

Somos dois poemas

Somos dois dias

E duas noites,

 

Somos duas pontes

Sobre os dois rios

Que também somos,

 

Somos duas palavras

Somos o amo-te

E somos o desejo-te

Somos a terra

A tarde

Somos a cidade

Quando é absorvida pela insónia,

 

Somos a água

Somos a chuva

A neve

E a geada

Somos a janela

Somos o mar

Somos a areia…

 

Somos duas línguas de fogo

Somos a lareira

Somos a ausência

Quando nos deixam com uma máquina fotográfica

Somos a paisagem

Somos o retracto

Somos o cigarro,

 

Somos o amor!

 

 

23/01/2024

 

domingo, 15 de janeiro de 2023

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Biblioteca

 Oito paredes

Uma janela

Nove estantes

Prateleiras

E aproximadamente

Quinhentas mil palavras,

 

(dois compartimentos)

 

Juntamente com as palavras

Fotografias

Esquemas

Gráficos

E dedicatórias,

 

Dedicado a

Feliz Natal de 198…

“Feliz aniversário querido filho Francisco” ou outra merda qualquer

Mais “odeio-te”

Do “amo-te”

Alguns “nunca mais te quero ver”

Felicidades

Boa viagem até ao Sol

E claro

Pequenos poemas que vou escrevendo nos livros que leio

Datas

Números

Alguns rabiscos,

 

Quarenta cachimbos

Relógios

Canetas de tinta permanente

Discos de vinil

CDs

Catálogos e tabelas e outras coisas e tal

Retractos

Abstractos quadros

E muito lixo,

 

Manuscritos dos anos oitenta.

(mais de mil textos e poemas)

 

Quando me sento na secretária

Puxo um cigarro

Engano-o

Acendo-o

E fumo-o

Olho para a janela

O que vejo

Esqueletos

Esqueletos

Muitos esqueletos

Dos que amei

Dos amigos

Digamos que a janela da minha biblioteca

A minha biblioteca

É um cemitério de ossos

Éum pequeno estendal de retractos

A preto e branco

A cores

E ainda outros

Nem são a preto e branco

Mas também não são a cores

Direi que são retractos de ninguém

Anónimos

Anónimas

Pequenos corpos de luz,

 

O que tenho mais eu

Eu

Que vos possa oferecer,

 

Digamos que nada mais.

 

A minha fortuna maior

São caracteres

Milhares de caracteres

Esquemas

Gráficos

Retractos

Cachimbos

Os relógios

Os abstractos quadros

Desenhos

Discos de vinil

CDs,

 

(e muitos livros com muitas equações)

 

E claro

O cemitério de ossos que tenho na janela.

 

E enquanto fumo o cigarro

Questiono-me

(para que serve toda esta merda?)

E se todas as noites me sentasse à lareira

E aos poucos

Fosse semeando na lareira todos estes caracteres

Todos estes cachimbos

As canetas de tinta permanente

E todo o resto

Talvez

Talvez ao fim de quinze dias esteja em paz

E liberto de todos estes pertences

Tralha

Merda

Muita merda,

 

O meu problema maior será como me desfazer do cemitério de ossos;

Parto os vidros da janela?

E será que após partir os vidros da janela

O cemitério de ossos desaparece,

Vai embora?

E se não for embora?

Fico sem janela

E com o cemitério de ossos?

 

O cigarro acaba de desmaiar

Provavelmente

Tensão alta

Ou açúcar no sangue

Fricciono-lhe o rosto

Começa a abrir os olhinhos…

E temos novamente cigarro para mais alguns minutos,

 

Poiso os olhos na prateleira onde dormem

AL Berto

Pacheco

O Lobo Antunes

Cesariny

O Cruzeiro Seixas

E penso

E debato-me

O que fazei quando tudo arde (António Lobo Antunes)

O que fazer com todas nestas cinzas?

Com toda esta merda?

Sim

Merda

Sim

Cinzas

Porque toda a minha vida

Foram cinzas

Noites em claro,

 

Saía ao principio da noite

E regressava de madrugada com um saco repleto de palavras

Depois

Durante o dia

Colocava-as sobre uma folha branca

Agitava um pouco

E passadas algumas horas

Tinha poemas

Tinha textos

Tinha desenhos

E às vezes descuidava-me

E tinha uma grande porcaria

Ficava tudo chamuscado.

 

(nunca fui bom cozinheiro)

 

Tinha o silêncio

Tinha o mar

Tinha barcos

Tinha nada

Tinha rios

Socalcos

Enxadas

Tinha tudo

Tudo

Tudo muito arrumadinho,

 

Agora não sei o que fazer a toda esta porcaria

Não sei se queime tudo

Não sei se dê

Não sei…

 

(a minha preocupação é com a janela)

 

Que farei com todos estes ossos?

 

Dinheiro não será certamente

Porque ninguém compra ossos…

E se comprassem ossos

Já tinha vendido os meus

Não preciso deles.

 

E voltando

Às oito paredes

Uma janela

Nove estantes

Prateleiras

E aproximadamente

Quinhentas mil palavras,

 

(dois compartimentos)

 

E questiono-me se não seria mais feliz

Se eu não tivesse nada disso

Se eu nunca tivesse olhado o mar

Olhado o céu

A lua

O luar

O capim

As chuvas

A geada

Ter nascido às sete e trinta da manhã

Saber o que é um machimbombo

Ter nascido a um Domingo

Tudo isso

Em Janeiro

E o outro

Aquilo

Daquilo

E um dia

Qualquer dia,

 

Nada.

 

Apenas mais um dia.

Mais nada.

De nada.

 

 

 

 

 

 

Alijó, 15/12/2022

Francisco Luís Fontinha

domingo, 30 de outubro de 2022

Lágrimas de uma fotografia

 

Porque dormem estas fotografias

Que hoje são poeira

Porque choram estas fotografias

Que ontem eram alegria

E hoje

São pedacinhos de saudade.

 

Porque brincam estas fotografias

Na sombra da minha biblioteca

Onde habitam livros

Homens e mulheres

Crianças e palhaços

Deste circo que é a vida.

 

Porque guardo estas fotografias

Dentro do meu silêncio

Porque escrevo na parte de trás destas fotografias

As palavras envenenadas das tristes tardes de Outono

Quando eu era criança

E hoje sou apenas uma árvore que tomba sobre o mar…

 

 

 

Alijó, 30/10/2022

(palavras e quadro de Francisco Luís Fontinha)

sábado, 8 de outubro de 2022

Borboletas

 Gosto de borboletas,

Gosto dos meus poemas,

Gosto de cabrito,

Gosto de leitão,

 

Gosto das tuas sombras sobre o meu corpo,

Gosto da geada,

Do frio Inverno,

Gosto,

 

Gosto dos teus lábios,

Da tua boca,

Gosto dos teus tristes olhos,

Das tuas finíssimas mãos,

 

Gosto de borboletas,

Gosto das minhas palavras,

Gosto do sol,

Da lua,

 

Gosto das noites apaixonadas,

Gosto das estrelas,

Gosto de ti,

E não gosto de nada,

 

Gosto das partes ósseas do cabrito e do leitão,

Gosto da tua pele,

Do teu perfume,

Gosto de me levantar cedo,

 

Deitar tarde,

Gosto de sonhar,

Gosto de envenenar a saudade,

Gosto de ti,

 

Gosto de mim,

Gosto,

E gosto muito de fumar…

Gosto muito de borboletas.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 08/10/2022