domingo, 30 de outubro de 2022

Lágrimas de uma fotografia

 

Porque dormem estas fotografias

Que hoje são poeira

Porque choram estas fotografias

Que ontem eram alegria

E hoje

São pedacinhos de saudade.

 

Porque brincam estas fotografias

Na sombra da minha biblioteca

Onde habitam livros

Homens e mulheres

Crianças e palhaços

Deste circo que é a vida.

 

Porque guardo estas fotografias

Dentro do meu silêncio

Porque escrevo na parte de trás destas fotografias

As palavras envenenadas das tristes tardes de Outono

Quando eu era criança

E hoje sou apenas uma árvore que tomba sobre o mar…

 

 

 

Alijó, 30/10/2022

(palavras e quadro de Francisco Luís Fontinha)

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