sábado, 19 de março de 2016

Tristes dias


São tristes os dias sem ti

Que a noite alimenta

Sem saber que a solidão existe

E mente como mentem todos os relógios…

Que o meu pulso abraçou,

São tristes as madrugadas

Sem os teus gemidos

E sofrimento,

São tristes os dias sem ti

Que a noite lamenta

E descobre em cada sombra

O abraço passageiro da melancolia…

São tristes

Os dias…

Sem ti

Enquanto dormem as tuas mãos no meu rosto…

 

Francisco Luís Fontinha

sábado, 19 de Março de 2016

sexta-feira, 18 de março de 2016

Barcos em silêncio


Uma janela de sombra

Suspensa no parapeito da saudade

O equinócio sonho

Atormentado

Espera os meus braços de granito

Um grito

E fujo

Salto a janela de sombra

Corro calçada abaixo

Até tocar o rio salgado pela inocência da noite

E sou apedrejado

Pelos barcos em silêncio…

 

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 18 de Março de 2016

quarta-feira, 16 de março de 2016

Gaivotas assassinas


As gaivotas assassinas

Que atormentam os teus/meus sonhos,

O silêncio da pedra onde descanso

E sinto a sombra do sofrimento

Antes de acordar a noite,

O túnel da amargura suspensa na água transparente do desejo,

Desapareces entre as nuvens de algodão que alimentam o dia… e neste momento… mortas, feridas, e indesejadas pelos pássaros da avenida nocturna da paixão,

As complexas muralhas do sono nos cortinados das tristes madrugadas…

O beijo da aranha

Que habita o circo da minha infância,

E…

As gaivotas assassinas…

Nos meus/teus sonhos,

Vivo em ti e de ti, semáforo da tristeza

Sem perceber que a vida é uma jangada de pequenos sorrisos

E místicos poemas sem destinatário…

A vida só,

Só…

Como são todas as gaivotas assassinas…

 

Francisco Luís Fontinha

quarta-feira, 16 de Março de 2016

terça-feira, 15 de março de 2016

Despedida


Despeço-me dos teus sonhos

Quando o mar parte para o infinito,

A Caravela da saudade estacionada nos teus beijos,

Ao longe, os rochedos da paixão

Que só os teus lábios conseguem imaginar,

Em busca da infância,

Numa noite de luar…

Despeço-me… sem saber se tens sonhos,

Se tens um jardim de crisântemos no teu corpo

Como tinham todas as mulheres que conheci,

Teus beijos,

O teu cansaço inferno nas minhas mãos abandonadas na cidade de prata,

Sem sítio onde aportar…

Despeço-me dos teus sonhos

Enquanto cai a noite sobre as esferas do silêncio…

 

Francisco Luís Fontinha

terça-feira, 15 de Março de 2016

domingo, 13 de março de 2016

Recordar


Recordo o sono levado nos teus braços

Quando a manhã terminava de acordar

Recordo o cansaço

E a sinfonia do Adeus

Que escondeste no mar…

Recordo-te sem me recordar

O teu nome

Recordo-me sem me recordar

O teu sorriso

Do amar

Do amor

Enraizado no esplendor altar

As abóbodas do silêncio

Quando prisioneiras dos teus lábios

E um pedacinho de Paz

Leva o teu corpo para o abismo

Entre rochedos de medo

E beijos de nada

Recordo

O sono

Levado

Os teus braços nas trincheiras amarguradas…

Sem tempo para me abraçar

Ou uma fingida despedida.

 

Francisco Luís Fontinha

domingo, 13 de Março de 2016