sábado, 21 de novembro de 2015

Sou um pássaro assustado sem poiso onde aportar


Sou um pássaro assustado

Sem poiso onde aportar

Sou a noite vestida de solidão

Com janela para o mar

E tenho na mão

Um rochedo de dor

Que só este corpo acorrentado

Sabe suportar

Como o perfume de uma flor…

Sou um pássaro assustado

Esperando o regresso do amor

Neste barco de amar.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

sábado, 21 de Novembro de 2015

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Barcos de sombra


Este triste rio

Que desabraça as suas margens

Que troca o silêncio da noite

Por gaivotas em papel

E barcos de sombra

Agacha-se quando a solidão brinca no vento

Sorri quando a melancolia voa sobre os coqueiros

Este triste rio

Que habita no meu peito

Não dorme

Não come…

Mas ama

E sofre

Como eu

Uma caravela sem destino

No estrelar do desejo.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

sexta-feira, 20 de Novembro de 2015

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Estar só nos teus beijos


Tenho medo dos tentáculos teus beijos

Quando demora a regressar o entardecer

Quando cai a chuva sobre o teu corpo

Tenho medo do teu silêncio nas palavras de esquecer

Quando a madrugada existe apenas para nos atormentar

Enrolas-te em mim

Finges que lês as minhas mãos

E voas em direcção ao mar

Fico só

Nesta escuridão de amar

Fico só

Neste esconderijo sonolento

Abraçado às abelhas do amanhecer

Fico só

E tenho medo

Dos tentáculos teus beijos

Que só a morte consegue perceber…

E o desejo desenhar no pavimento térreo da solidão

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

quinta-feira, 19 de Novembro de 2015