Perde-se
no tempo o sonho da saudade.
Invento
coisas, pequenas frases suspensas nos cortinados da solidão,
E,
ao longe, a camuflada madrugada em desespero.
Dizem
que ela, a tempestade,
Vem
alicerçar-se nas janelas do silêncio,
Como
um livro desempregado, só, triste…
Invento
coisas.
Perde-se
no tempo o sonho da saudade.
O
alegre canino, que habita nas sombras desta velha cidade,
Corre
em direcção ao mar,
Veste-se
de veleiro vadio,
E
zarpa sem ninguém dar conta da sua ausência.
Fico
triste, vê-lo partir como partem os pássaros para a outra margem,
Sem
destino,
Sem
rumo,
Rodopiando
dentro do vento,
Canções
de chorar.
Levita
o cansaço da noite,
Quando
o dia já pertence ao passado,
Morre
nas mãos de uma criança,
E
jamais acordará em mim.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
20/01/2020