Sou
um assassino de palavras.
Quando
tenho saudades tuas, olho-me no espelho da noite,
Invento
traços no meu rosto,
E
as lágrimas do silêncio poisam nos meus lábios.
À
noite, sinto a tua presença no meu peito.
Uma
fechadura poeirenta alimenta-se do meu cansaço,
Como
o rio que corre para o mar,
Sem
nunca se cansar.
Mas
eu, canso-me da tua ausência.
Estranho.
As
rosas do nosso jardim adormeceram depois de partires…
E,
e até as bananeiras estão tristes,
Estranhas,
Que
quase nem me falam.
O
poema da saudade cresce na minha mão,
Como
um cancro no peito da madrugada.
Cerrei
todas as janelas do meu pensamento,
Não
penso,
Deixei
de pensar; apenas penso em ti.
Mas
começo a perceber que não me ouves.
Mas
começo a perceber que a vida é construída de momentos,
Bons,
os nossos,
Lindos,
Como
o teu sorriso,
Como
o teu olhar a pedir-me que te ajudasse…
Mas
sabes que eu,
Eu
nada podia fazer; apenas recordar-te…
Apenas
e nada mais do que isso.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
10/10/2019