(…)
Os
sete orgasmos do Mussulo, a liberdade sobre as palmeiras invisíveis que me
atormentavam, como campânulas de sofrimento, ao deitar, o caixão que dançava
deixou de o fazer, dificuldades com o cachê, dispensa de artistas e cadáveres
de cera, um altar recheado de almas, tantas almas como os versos do sem-abrigo
quando sentado numa cadeira apodrecida de um circo ambulante,
Quero
ser artista, mãe!
Nem
penses..., nem... penses...
Filho
meu não é artista!
Nunca,
Nunca,
mãe?
Os
sete, juntos, e sós, no Mussulo era mais barato, a saia descaída, o soutien
desenhado no peito
E...
Nunca,
mãe?
Nunca,
Nunca
No
peito uma flecha de sémen rodopiando no gelo do ringue de patinagem... o belo,
a dança... e o corpo em pequenas rotações...
Os
teus lábios acorrentados aos meus beijos embriagados pelo desejo, não o sinto,
o vulcão da tua pele, não vejo o sorriso da tua mão, em vulcão, mergulhada nas
palavras que o silêncio desenha na melancolia,
É
falso,
O
dia disfarçado de lápide, os outros destinos rejeitados pelo cacimbo, há uma
fogueira no corpo da sinfonia do amor,
É
falso,
O
falso prazer, a liberdade to TEXAS e Cais do Sodré gingavam na penumbra salgada
do abismo,
O
querido, dança?
(…)
Francisco
Luís Fontinha