(…)
A
fome dentro de um subscrito, lembrava-se das tardes de infância inventando
barcos em esferovite e sonhos, ele
As
palavras?
Ele
sorria, percebia-se no seu rosto o esqueleto e a alma da alegria, e, no entanto,
morreu...
E
nunca, e nunca mais conversou comigo...
António...
António amava-o...
Não
sei, António, não sei
Regressar,
porquê?
Hoje
acordei cedo, Margarida embrulhada nos lençóis do Pôr-do-Sol, e lá longe
Cintilações
dos minguados beijos nos teus lábios, os seios de cera desenhados nas eternas
mesas-de-cabeceira
Louco,
ele?
E
lá longe, murmúrios e incorrigíveis uísques brincando dentro de um livro,
Margarida
Amor?
Amar...
Os
homens tinham regressado da faina, olhava-me um barco, tive medo, confesso,
Eu
confesso
Tu
confessas
Ele
confessa,
E
confesso que fiquei perplexo, tão triste, tão triste como as flores de Inverno,
A
faina, peixe... nenhum, nada, nada ao quadrado vezes seis a raiz quadrada de
mil novecentos e sessenta e seis, o pequeno-almoço, as torradas,
Para
ninguém, devolvida
Endereço
desconhecido,
Ele
confessa,
Um
galão, escuro,
António?
Sim,
amor,
Hoje,
Hoje
o quê, meu amor?
Hoje
não vou escrever palavras de chocolate...
(…)
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sem comentários:
Enviar um comentário