Não
serei o teu escravo, o sevo da desilusão, o menino mimado encalhado na solidão,
não o serei, meu querido, poeta bandido, homem da corrente de aço, Cacilheiro perdido
no Tejo quando a neblina se entranha no chão
Amanhã,
meu amor, amanhã haverá madrugada,
No
chão, as mortíferas cancelas do sofrimento, amanhã não acordarei para te
beijar, os beijos, o jantar… não existem neste corpo, e brincam, e sofrem, e
brincam como crianças esfomeadas pelo cansaço da brincadeira, a ténue
Primavera, as andorinhas em papel penduradas nos atorges gonzos da memória, sinto-o,
a tua presença
Entranhadas
no chão, recheadas de amendoeiras em flor, palavras e cor...
No
chão, a desgraça manhã confundindo o corpo com o pequeno-almoço, a sinfonia da
saudade,
Palavras
e cor… momentos desrizes e condomínios encerrados para obras, o pavimento
encarnado na saudade, o mesmo corpo de há pouco… esbelto cacifo nas constantes
avenidas do madrugar, a cidade em morte, a cidade da morte, não há transeuntes,
não há camuflados apeadeiros das manhãs embriagadas pelo sono, a sinfonia da
saudade
Não
serei o teu escravo, o sevo da desilusão, o menino mimado encalhado na solidão,
não o serei, meu querido, poeta bandido, homem da corrente de aço, Cacilheiro
perdido no Tejo quando a neblina se entranha no chão, a sinfonia da saudade, o
abismo mosquito saboreando a noite recheada de abelhas e estrelas, de estrelas
e abelhas, mosquitos apavorados, e corpos comidos por velhos mosquitos, o sono
empoleirado sobre o castanheiro da aldeia,
Palavras
e cor… momentos desrizes e condomínios encerrados para obras, o pavimento
encarnado na saudade, o mesmo corpo de há pouco… esbelto cacifo nas constantes
avenidas do madrugar, a cidade em morte, a cidade da morte, não há transeuntes,
não há camuflados apeadeiros das manhãs embriagadas pelo sono, a sinfonia da
saudade
Da
aldeia dos sonâmbulos corpos de cera, a oração sempre na ponta da língua, o
insignificante orgasmo literário de mão atadas a um blogue, a noite escura, a
escura maldição nos confins do alarmismo, sempre, regressam os candeeiros da
alvorada
E
corpos comidos por velhos mosquitos, o sono empoleirado sobre o castanheiro da
aldeia, o sino da igreja vestido de sentinela, os foguetes, a raiva, e o
sofrimento da medusa escuridão dos musseques fotografados pelo olhar,
Os
candeeiros da alvorada… mortos… término.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
sábado,
2 de Janeiro de 2016