sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Palavras em papel e palavras de papel


Os dias contados

Como cêntimos embalsamados na mão do cansaço

A triste avenida despida

Descendo a Calçada rumo ao infinito rochedo do medo

O calendário suspenso na parede triste da cozinha

Anunciando palavras em papel

E palavras de papel

Sozinha

A avenida empolgada

Iluminada

Que nem eu consigo encontrar o caminho

Do deserto

 

Incerto

De eu menino…

 

Os dias contados

Como cêntimos de brincar

Na algibeira do desejo

Regressam os lábios

Regressa o beijo

E a avenida perdida

No centro da cidade de vidro

Os dias engolindo versos

E poesia

Procurando um corpo simples

Sem memória

Nem estória… para habitar o meu esqueleto desventrado…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

sexta-feira, 1 de Janeiro de 2016

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