Para os meus Pais com amor...
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Poema rasgado
(desenho
de Francisco Luís Fontinha)
Sinto
a voz dos teus medos
Entranhada
no meu peito rochoso,
Pareço
o mar
Cansado
de sonhar,
E
levo nos ombros os barcos do entardecer,
Quando
me sinto triste, tão triste de não escrever,
Tão
triste de não te amar…
Restam-me
as tuas mãos invisíveis no meu rosto,
Em
lágrimas,
Entre
as sombras das flores desenhadas
No
teu corpo negro que apenas consola a solidão,
Sou
um homem esculpido no coração da noite,
Não
tenho futuro,
Não
tenho a ambição de dormir sobre as tuas coxas abraçadas ao vento,
Mas
quero tocar no luar,
Atravessar
a ponte sobre a cidade do teu quarto,
Onde
habitas, como uma andorinha sem sítio para poisar,
Rochoso,
Deambulas
na minha escuridão,
Sofres,
e amas… todas as pedras da calçada,
Estátua,
Canção
entre poeira e árvores caducas,
Em
lágrimas,
“Entre
as sombras das flores desenhadas
No
teu corpo negro que apenas consola a solidão”,
Descalça,
cansada do meu olhar,
Não
tenho tempo para sofrer,
Nem
chorar…
Sinto
a voz dos teus medos
Entranhada
no meu peito rochoso,
Espero
o acordar do amanhecer,
Sentado
em frente ao espelho…
Não
vens,
Sei
que nunca mais regressarás aos meus braços,
Como
este poema rasgado
E
lançado no abismo da paixão…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
14 de Agosto de 2015
Noite sem nome
(Francisco
Luís Fontinha – 14/08/2015)
Nunca
me disseste onde aprisionaste os teus olhos cinzentos,
Permaneço
um farrapo dançando ao som do vento,
São
tão tristes as noites, meu amor…
Pareço
um veleiro acorrentado às fotografias de ontem,
Olho-me
de espingarda ao tiracolo da minha sombra,
Tenho
balas em cartão,
Beijos
floridos fundeados no teu coração…
E
sinto-me contente porque fumo, bebo… respiro o perfume da tua ausência,
Não
existe em mim a solidão,
O
medo…
E
as belas âncoras dos teus seios gritando…
Saudade,
Escrevendo
no meu corpo…
Amo-te,
Desenhando
nos meus braços,
A
cidade.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
14 de Agosto de 2015
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