Escrever-te
Sem
saber que te escrevo
Nunca
quis escrever-te…
Sabendo
que o devo
Fazer
De
vez em quando
Escrever
Te
escrever
Sem
o fazer
Fazendo
não o querendo
A
água a luz o mar e o vento
Alimentam-se
dos nossos corpos felizes de sofrer
Às
vezes sofremos
Às
vezes inventamos que sofremos
Depois
regressam as palavras de escrever
E
as palavras de sofrer
E
ficamos
Aqui
Impávidos
Deitados
nesta secretária velha em melódico pinho…
Escrever-te
Sem
saber que te escrevo
Nunca
quis escrever-te…
Sabendo
que o devo
Fazer
Te
escrever
Sem
o fazer
E
no entanto
Escrevo-te
Pensando
que não o sei fazer
E
faço-o
E
escrevo-te…
Não
escrevendo
O
escrever
Antes
de morrer.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
sábado,
28 de Novembro de 2015