quarta-feira, 18 de março de 2015

A serpente de vidro


O fantasma orgulho do corpo
que navega nos sorrisos imperfeitos
fingimento
quando a noite cai
não vive
e quer
ser
não sendo
o que é...
uma lâmpada de lágrimas
alicerça-se ao ombro ferido da serpente
tem na roupa a etiqueta

mas...
mas existem pedras de giz
na ardósia tarde que observa o rio
não vive
e quer
ser
não sendo
o que parece
às vezes é uma estrela
às vezes... não passa de uma sombra
velha por dentro
infeliz

coitada
e quer
a serpente sobre a secretária
difícil de perceber
o amor
as palavras
os livros
e todas as lâminas que o sono constrói no sonho
a casa desabitada
infestada de personagens
cansadas
como o silêncio luar...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 18 de Março de 2015

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