quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Terra salgada


Terra salgada,

esta,

onde escrevo,

e habito desordenadamente só…

terra de encantos,

e mortos,

palavras que o vento enrola,

palavras sós,

palavras soltas e livres,

terra de sofrimentos,

e esqueletos prateados pela geada…

terra salgada,

esta,

onde escrevo o teu nome…

sem nome,

nunca tiveste um nome,

apenas palavras dispersas,

palavras cambaleando na noite,

agreste,

fria,

a gente se enfurece,

a gente protesta…

e esta terra…

esta…

terra salgada,

triste ao luar,

alegre na madrugada,

esta terra merece…

um nome,

um beijo com nome…

terra salgada,

Agosto em raiva,

quase Setembro à porta…

e

e esta,

terra salgada…

chora.

 

Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 18 de Agosto de 2016

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O infeliz da madrugada


O esplendido silêncio amargo do corpo

Nas frestas cansadas da solidão

O derradeiro sopro

Insignificante

Que abraça este desiludido coração…

Quando amanhece

E finalmente

Os teus braços me lançam na madrugada

E esquecem

Aquele que não conhece

Os sonâmbulos que aquece…

A alma infeliz e rasgada.

 

Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 11 de Agosto de 2016