sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
A álea manhã
A
álea manhã ensanguentada
Fugindo
da madrugada,
Das
sílabas amargas do poema inacabado
Suspenso
na esquina da avenida na cidade inseminada,
O
cansaço coração repatriado
Descendo
a montanha salivar,
O
visitante perdido
Procurando
os lábios da paixão
Que
só ele sabe desenhar,
O
poder da morte brincando no mar
Arrastando
barcos para a destruição…
Um
cigarro esquecido na mesa-de-cabeceira,
O
silêncio à volta da ribeira…
Correndo
para o rio dos murmúrios,
Um
pedaço de terra que chega
E
sobra
Para
cobrir o olhar da serpente,
A
álea manhã ensanguentada
Fugindo
da madrugada,
As
fotografias da solidão
Dentro
de um pequeno livro,
Procura-se
o alívio
E
o repouso do tempo monstruoso…
E
a álea manhã
Sentada
à janela,
Em
gritos espasmos
Revolta-se
contra o desleixo da noite,
O
ciúme envergonhado
Na
lápide do artista,
As
palavras ternas na mão do viajante,
Fugindo
da madrugada
E
da gente,
Como
nós defuntos
Abraçados
aos rochedos da saudade…
Outro
cigarro,
Outra
morada anónima,
O
machibombo engasgado nos alicerces da picada,
Não
me apetece olhar-te,
Não
me apetece alimentar-me da tua ausência,
E
a álea manhã
Sempre
pronta para me acorrentar
Ao
peito da madrugada…
Francisco
Luís Fontinha
terça-feira,
9 de Fevereiro de 2016
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Poemas Perdidos - Francisco Luís Fontinha
“Poemas
Perdidos”
Formato:
16 cm x 23,50 cm
ISBN: 978-989-680-167-0
Data de Publicação: Fevereiro de 2016
PVP: 10,90 euros
ISBN: 978-989-680-167-0
Data de Publicação: Fevereiro de 2016
PVP: 10,90 euros
Encomendas:
fontinha_francisco@sapo.pt
Uma cidade em lágrimas
Não
sabia que da textura da noite se fabricavam beijos,
Não
sabia que há no luar uma habitação condigna,
Com
muitas janelas
E
junto ao mar…
Onde
nascem estrelas
Donzelas
E
desenhos de desenhar,
Não
sabia que tinhas no olhar
Uma
cidade em lágrimas
Embrulhada
na penumbra,
Tanta
coisa que eu não sabia…
Que
às vezes,
Sentia
Tremia
Gemia…
Até
que acordasse a manhã na tua mão!
Francisco
Luís Fontinha
segunda-feira,
8 de Fevereiro de 2016
domingo, 7 de fevereiro de 2016
O peso do corpo sobre as pálpebras do destino
O
peso do corpo
Sobre
as pálpebras do destino,
O
menino dançando nos braços do abismo,
Esperando
o regresso dos soníferos poemas de amor,
Uma
canção em desalinho,
Distante
deste corpo
Sobre
as pálpebras do destino,
O
campónio silêncio,
A
despedida embainhada nas sílabas do sofrimento,
As
vozes dos outros
Acabrunhadas,
Tristes
E
cansadas da despedida,
Como
a morte do vento,
Sinto-me
uma louca locomotiva
Dançando
os socalcos do Douro,
Respirando
o xisto das palavras
Engasgadas
nos murmuráveis anéis de prata…
Sofro
tanto, meu amor!
As
insígnias soberbas lentidão
Rodopiando
os círculos da saudade,
O
peso do corpo
Arrepiado
nas amendoeiras em flor,
Desperto,
O
amor,
A
sinfonia da loucura aprisionada no texto do escritor,
O
mar,
O
meu mar suicidado nas lâminas do medo,
Sem
ter o juízo,
Sem
ter a aventura
Dos
segredos,
O
peso do corpo,
Este,
Meu…
Escorçado
das insignificantes marés de areia…
Francisco
Luís Fontinha
domingo,
7 de Fevereiro de 2016
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