sábado, 27 de dezembro de 2014

Eros sexo


O Eros sexo mergulhado nos lençóis da solidão,
o corpo em lágrimas de gesso...
a cidade em pedaços de vento,
o Eros sexo mergulhado nas janelas do Tejo,
a caravela do desejo regressando ao teu ventre,
os lábios da Princesa em cardumes beijos,
que só o mar sabe alimentar,
longe... o silêncio orgasmo das palavras não escritas,
longe... o abraço disfarçado de machimbombo...
voando como a gaivota do “Adeus”...
em pecado,
as palavras... o ventre... as coxas misturadas entre desenhos e sombras embriagadas,
e no entanto...
o Eros sexo... não pára de chorar,
o Eros sexo é o grito da noite depois de acordar.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 27 de Dezembro de 2014

Esta terra... que amo


Nunca percebi porque choravam os pássaros da minha terra,
nunca entendi porque em determinados momentos...
se abraçavam as árvores da minha terra,

desenhava o sol na velha parede da casa que me recebeu,
havia frestas de engano e vidros partidos,
lá fora o frio parecia um rochedo intransponível,
tão alto como a montanha da saudade,
nunca percebi porque era tão fria a minha terra,
esta...
que amo,
mas é tão fria... meu amor...!



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 27 de Dezembro de 2014

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Vida de marinheiro


Adoro esta vida de marinheiro,
sem porto para aportar...
nem coração para ancorar,
adoro esta noite,
apenas esta,
porque a solidão se entranha em mim como um vicio...
ou uma jangada de saudade,
adoro esta vida de marinheiro,
sem pouso,
sem... sem Oceanos para sonhar,
sem as amarras das palavras,
sem as ruas da cidade,
adoro esta vida de marinheiro,
sem glória,
sem vaidade para oferecer,
adoro
esta
vida
… de marinheiro...
com medo de sofrer,


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2014