sinto-as
na esplanada vestida da tarde
sinto
sinto-as à procura das asas
nos destroços da noite
junto aos fios de luz da tempestade
as gaivotas
sinto-as
suspensas nas cordas do sonho
sinto-as
sufocadas na garganta do púbis amarrotado da noite
e todo o silêncio se transforma em poeira
(em silêncio)
domingo, 24 de junho de 2012
sábado, 23 de junho de 2012
É triste ser noite
É triste ser noite
e dormir em todos os leitos
e caminhar em todas as ruas
florestas
campos sem pátria
é triste ser noite
sentada nas coxas de um rio
é triste ser noite
encalhada nas entranhas dos socalcos
é triste ser noite
nas garras da montanha
ou no púbis de uma qualquer ribeira
é triste ser noite
noite sem estrelas
é triste ser noite
noite sem luar
é triste
muito triste
é triste muito triste
ser a noite sem noite.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
as palavras que sobejaram dos teus lábios
não consigo respirar
dentro do aquário
onde mergulham as minhas mãos de vidro
alimento-me das palavras que sobejaram dos teus lábios
com flores selvagens
(dizias-me que amavas as flores selvagens)
porque são belas
porque são simples como os meus olhos
e todas as palavras
nos teus lábios
construindo durante a noite o jardim do desejo
com luzes de insónia
não consigo respirar
junto ao rio
e percebo
e tenho medo
que as tuas palavras
nunca tenham existido em mim
e percebo
e percebo que és o meu livro
o livro que dorme na minha mesa-de-cabeceira
e me afaga o cabelo enquanto sonho com os teus lábios
e percebo
e percebo que dentro de ti
dormem as palavras dos teus lábios
(Não consigo respirar
dentro do aquário
onde mergulham as minhas mãos de vidro)
junto ao rio à minha espera...
dentro do aquário
onde mergulham as minhas mãos de vidro
alimento-me das palavras que sobejaram dos teus lábios
com flores selvagens
(dizias-me que amavas as flores selvagens)
porque são belas
porque são simples como os meus olhos
e todas as palavras
nos teus lábios
construindo durante a noite o jardim do desejo
com luzes de insónia
não consigo respirar
junto ao rio
e percebo
e tenho medo
que as tuas palavras
nunca tenham existido em mim
e percebo
e percebo que és o meu livro
o livro que dorme na minha mesa-de-cabeceira
e me afaga o cabelo enquanto sonho com os teus lábios
e percebo
e percebo que dentro de ti
dormem as palavras dos teus lábios
(Não consigo respirar
dentro do aquário
onde mergulham as minhas mãos de vidro)
junto ao rio à minha espera...
terça-feira, 19 de junho de 2012
pontos de interrogação
entretido nos dias
a construir nuvens
entretido nos dias
a pintar o céu
e a vestir as árvores
entretido nos dias
eu
com os dias
entretido nos dias
entre dias e parêntesis
ou pontos de interrogação...
eu
eu
com os dias
entretido nos dias
a construir versos de amor
e jardins de papel
entretido nos dias
eu
com os dias.
a construir nuvens
entretido nos dias
a pintar o céu
e a vestir as árvores
entretido nos dias
eu
com os dias
entretido nos dias
entre dias e parêntesis
ou pontos de interrogação...
eu
eu
com os dias
entretido nos dias
a construir versos de amor
e jardins de papel
entretido nos dias
eu
com os dias.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Do silêncio acorda o desejo
Do silêncio
acorda o desejo
em silêncio se deseja
o vento e o mar e a saudade
em silêncio
escuto a tua voz melódica
semeada na montanha
Do silêncio
acorda o desejo
em silêncio se deseja
o silêncio de amar
em silêncio
do desejo
desejar...
acorda o desejo
em silêncio se deseja
o vento e o mar e a saudade
em silêncio
escuto a tua voz melódica
semeada na montanha
Do silêncio
acorda o desejo
em silêncio se deseja
o silêncio de amar
em silêncio
do desejo
desejar...
domingo, 17 de junho de 2012
O amor de amar um veleiro sem velas
É isto o amor?
Um corpo nu suspenso sobre a almofada
da ausência
a janela da solidão
sem vista para o mar
é isto?
O amor de amar
um veleiro sem velas
à procura do vento
antes de adormecer o silêncio...
é isto o amor?
Um corpo nu
um livro sem palavras
um livro sem páginas
nu
um corpo suspenso sobre a almofada
da ausência...
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