Podíamo-nos esconder dentro deste cubo de silêncio
Que alimenta a noite
E que da noite,
Levanta voo dos teus
olhos de mar.
Morres-me quando as
gaivotas fogem do teu olhar
E constroem sobre o prado
verdejante
As primeiras lágrimas que
a manhã vomita.
Embriagado seja
O sono
Quando me morres
Depois das pequenas
coisas
Despertarem pela
madrugada.
Morres-me quando dentro
deste cubo de silêncio
Que se abraça à noite
Zarpar deste porto sem
nacionalidade
Destas mãos que se cansam
de viver
Nesta vida de enganos,
O meu teu corpo
moribundo,
Esperando a morte,
Às vezes,
Desejando a morte,
Quando se esconde nos
teus lábios de mel.
Morres-me quando deixo
sobre este papel
As madrugadas das
estrelas de cartolina,
Morres-me quando me
alicerço à manhã…
E procuro na manhã,
O que nunca vou
encontrar;
Um pedaço de chocolate
com sabor a saudade.
09/08/2023